quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

E não me telefone...

Eu não quero mais saber de promessas.Todas as que você me fez,até hoje não cumpriu.


-Como quais? - você me pergunta num tom de quem desafia


-A promessa de me proteger,de ser sempre meu,de me amar a vida toda,quais mais quer que eu lembre você?


-Não quebrei nada disso,é coisa da sua cabeça!


É,o problema sempre sou eu,ou a minha cabeça.Consultas no melhor analista,anti-depressivos caros,livros de auto-ajuda,é só o que você consegue fazer por nós?Fugir daquilo que realmente importa,jogando a culpa no amor que sinto por você,e na sua ausência de sentimentos?
Não querido,sentimentos não se vendem nos mercados ou mercearias.E quando eu for na livraria,comprar outro livro de auto-ajuda que você disse que resolveria nosso problema,não vou encontrar ao lado a fórmula mágica do amor,ou pra você me amar.
Não existem pílulas da felicidade,nem regras de como viver bem a vida,se o que mais me importa,prefere fechar os olhos para seus próprios problemas e colocar toda a culpa em mim.


-Não querido,não é coisa da minha cabeça!É coisa do seu coração!Aquele que você tem,e que deveria estar pulsando no peito,segundo por segundo,mas está morto!


Seu coração pulsa,não.Ele não vive mais,não para o amor.Você não sabe o que é amor,o que é afeição.Não sabe o cuidado que se deve ter ao lidar com o coração de outro alguém,que lhe entregou sem ao menos garantias de que ele vá sobreviver.
Você é seco,como as folhas que caem das árvores durante o Outono.É frio,como a neve que cai sobre os ombros ao chegar o duro inverno.Seus olhos não têm calor,seus lábios não têm calor,seus braços não têm calor.E ainda diz que o problema sou eu? Ora,vamos lá!É você quem está vazio de vida,e quer me tornar igual à você para que não se sinta tão culpado por não saber amar.
Não quero me tornar tão miserável quanto você,querido.Não quero me tornar esse ser vazio,frio,e solitário que é você.Não quero deixar meu coração sangrar em suas mãos,não quero matar o amor que resta em mim,não quero não.
Engula suas pílulas,decore seus mandamentos de felicidade,que estou partindo para bem longe da frieza dos seus abraços,querido.E não me telefone,pois vou deixar o telefone fora do gancho,não quero correr riscos de que sua voz suave me faça cair no seu conto de novo.
Não quero errar mais uma vez,ao cruzar sua estrada,e lhe entregar meu coração,só porque seu sorriso me encantou.


-Eu vou embora querido.E acho melhor você ligar para aquele analista que tanto disse que eu fosse visitar,talvez com o silêncio da sua mente,e do seu coração,você enlouqueça,e eu já não quero ficar aqui para ter que lhe cuidar.


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