sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Utopia.

Alguns humanos tem a qualidade admirável de desprender-se de tudo aquilo que o rodeia,apenas para amar o próximo.E são qualidades tão promissoras que creio eu,poderiam salvar o mundo.
Mas essas qualidades apenas existem em livros,em contos de fadas,não existem na realidade.
Tudo no mundo é utópico.O ar ser puro,a água ser limpa,o homem amar.
Não se pode amar de forma desprendida se não sabe sua própria essência.
A água é feita de moléculas de hidrogênio e oxigênio.O homem é feito de carne,osso,e alma.E alguns,nem alma possuem.
Outros,muito menos coração.Este é apenas uma massa cinzenta num formato esquisito que existe para ocupar um espaço,apenas para não deixá-lo inteiramente vazio.
Tudo no mundo necessita de um equilíbrio,é tudo cheio de equivalencias e ambiguidades,mas e o coração?Um coração também tem dois lados?É ambivalente?
Até o coração,nós seres humanos (e alguns,nem tão humanos assim) dividimos.Existe sempre uma linha fina que separa o bem do mal,o bom do ruim,o amor do ódio.E somos nós que criamos esta maldita linha fina que tem o valor de divisão do mundo.
É,o mundo é tão maniqueísta,mas alguns dos seres humanos,não.
Alguns apenas conseguem emanar o ódio de seus corações podres,e outros apenas desejam emanar o amor,mas o que conseguem expressar é a paixão ardente e totalmente passageira,por suas vidas medíocres e monótonas,expressando um desejo imenso de conquistar o amor para si,desejando o amor de volta.E isso,não é amar.
Para o homem,amar é utopia.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Sua presença.



Deseja apenas que a solidão vá embora e deixe-a à vontade com a sua dor.
Sem ter que chorar escondida,em cada canto que encontra,para que nem ela possa ver as lágrimas escorrendo de seus olhos tristonhos.
A noite engole a coragem,e o dia faz parecer com que ela nunca tenha existido.
Enfrentar dia após dia é tão doloroso quanto difícil para alguém que sente estar tão vazio,que chega a ser transparente.
O olhar vago,e o sorriso tristonho engana a todos,mas não engana ao espelho,e no momento em que olha refletida sua imagem é que a dor volta a ser lacerante.
Não importam quantas vezes faça a lição de casa,quantas vezes vá até a janela esperando que alguma visita apareça de repente para lhe fazer companhia ao invés da indesejável presença da solidão,essas coisas acontecem em filmes,não na vida real.
Os sentidos se perdem em meio aos sentimentos,e sua cabeça permanece tão confusa quanto o tempo lá fora que não decide se fará Sol ou chuva.
O trânsito inconstante mostra o quanto na verdade,ela também é inconstante em sua essência,afinal todos somos.
Mas o que mais lhe machuca é o fato de saber tudo sobre si mesma,mas não saber em que momento de sua própria vida medíocre e solitária,ela sentiu a solidão apertar-lhe o peito de tal modo,que nem o ar passasse por seus pulmões.
Ela gritou por dias,por semanas,por meses e anos,até que sua voz não fosse o suficiente para que a dor amenizasse.Ela então sufocou o choro,por quanto tempo ela fosse capaz de suportar,mas as lágrimas lhe escapuliam os olhos e os tornava a molhar,até que eles ardessem tanto que o choro não lhe fosse suficiente para externar o vazio que realmente sentia em si.
Mas então ela olhou no espelho,decidindo enfrentar o medo da solidão,e enfrentou-o tão corajosamente,que este passou a temer-lhe,e esta passou a acostumar-se com sua presença insignificante,tanto quanto sua existência num mundo cruel onde corações vazios assim permanecem,buscando algo que os complete e encontrando apenas mais um pouco do vazio,e a dor de suportá-lo,dia após dia.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Como navalhas.



Cuspindo apenas palavras
Vomitando sentimentos 
Tentando se livrar de um tormento
Que carrega em seu peito

Como o último suspiro que deu antes de cair
Fundo em suas dores,se deixou partir
Precisando recuperar aquilo que mais queria
Um amor que ela jamais esqueceria

Parece que todas as suas alegrias passaram à cortá-la
Como navalhas que desfiam os fios de um tecido qualquer
As palavras cuspidas são sem nexo,mas carregadas
Daquilo que a mente deseja compartilhar,e que não consegue deixar fluir
Apenas um sonho que se tornou pesadelo
Um cristal tão pequeno que se partiu em mil pedaços
Transformando-se em lágrimas,de solidão
Porque sofre tão calado,pobre coração

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Minha única companhia;


Me agarrei ao silêncio que,nos últimos tempos era a minha única companhia.Parecia que apenas assim,meus medos tolos conseguiam me deixar em paz.
Havia muito tempo que eu não sabia o que era sentir o calor dos abraços de alguém.Nem ao menos conseguia dormir sem passar noites em claro chorando por um vazio enorme que me consumia o peito e me matava a cada dia.
Aquele vazio que dóia tanto,que eu me contorcia para talvez aliviar um pouco daquilo que guardava no peito.
Saudade?Não sei dizer,mas acho que era solidão.A saudade dói por um tempo,mas ao menos ela um dia foi boa,porque foi bom aquilo que hoje faz falta.A solidão machuca à tal ponto,que nenhuma dor é tão insuportável,e nada é tão vazio,quando se sente só.
E não importa entre quantos milhões de pessoas você está,a solidão não é bem um estado físico,é um estado emocional.É se sentir só,mesmo quando se tem alguém ao seu lado.
Não sei dizer o porque a solidão me consome dessa forma.E nem sei explicar quando foi que me senti assim.Mas a sensação de que algo me falta para que eu possa então,finalmente me sentir completa,não passa quando a noite termina,e nem ao menos ameniza quando o dia começa e eu tenho algo com que ocupar minha mente.
Eu apenas queria não me apegar tanto ao silêncio.Queria poder ter uma voz para me acalmar quando os dias forem difíceis demais para que eu os suporte sozinha.E ter braços que me protegam da crueldade do mundo quando ele fizer com que eu derrame uma lágrima.
Apenas queria não ter que ficar sonhando com abraços calorosos,e beijos doces,pois o vazio dói,e a dor não quer passar.
Queria não ter então que suportar essa dor sozinha,ou ao menos poder amenizá-la com um pouco de companhia que não fosse a solidão.

O vento levou.




Então queimam minha garganta,as palavras ácidas que eu gostaria de dirigir à você.E queimam porque eu não as proferi no momento em que achei que seria o certo,pois como sempre,diante de você e do medo de te perder,me calei,e me perdi.
Omitindo sempre aquilo que alimento em mim,desdenhando meus próprios sentimentos para sua satisfação pessoal,e sabe-se lá como eu adorava te satisfazer,omiti a mim mesma,me anulei,me calei,me perdi.
Acho até que gostei de me calar.Porque me calei tanto,que as palavras corroeram-me por dentro,até que tudo ficou oco.
Não haviam palavras querendo saltar boca afora,nem tão pouco boca adentro,pois eu já não achava necessário engolí-las,elas se perderam.Assim como me perdi,me omiti,me anulei,me calei.
É,me calei.Me deixei corroer,me deixei queimar feito um cigarro,que chega ao fim e só restam as cinzas.
Mas até as cinzas não me restam mais.O vento levou.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Rasteja então.



Se rastejando em suas lamentações,banhada em suas dores e aflições.
Suas queixas,ela lhe dá de bandeija.
Suas frustrações ela lhe mostra sem pudores ou maneiras corretas.
Na verdade,para ela não existem formas.
Ela apenas rasteja na podridão de ser ela mesma.
Olhando seu reflexo distorcido no espelho todas as manhãs e ela nem lamenta.
Porque ela sabe que na verdade,ela apenas é aquilo que enxerga.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Transparente feito o vidro




Minhas pernas já cansaram de fugir da saudade dos teus abraços,dos desejos por um pouco mais do teu perfume no meu cabelo,de quando a gente se abraçava tão forte que o mundo poderia acabar,e nada nos deteria.
Minha boca já secou de tanto que trago este e aquele cigarro tentando não falar,porque sei que se falo,e desato a falar,eu só irei dizer sobre sentimentos e você não entenderia o que digo,não mesmo.
Eu acendo mais um cigarro porque já não me resta nada além dele,e da solidão.
Eu fico aqui presa à essa maldita cadeira,porque me cansa pensar,além de me movimentar.
Porque todo movimento causa dor.
Porque cada batida do meu coração causa dor.
E essa dor me enfraquece além dos ossos,me enfraquece a alma.
Enfraqueceram as pernas de fugir das minhas verdades doídas.Daquela saudade ardida no peito,que ficou depois que você foi embora.
É menino,depois que você foi embora restou apenas um buraco enorme no peito,uma dor amarga que só sei quanto dói,e diga-se de passagem,dói muito menino.
Eu já tentei fugir disso,tentei fugir de você,mas percebo que devo fugir é de mim mesma.Porque é em mim que as memórias marcaram,é em mim que o peito dói,é em mim que a saudade aperta.
Minhas fraquezas todas estão aí,expostas para quem quer que seja,vê-las.Eu não tive pudor,e nem quis escondê-las,porque de nada adiantaria,querido.
Eu sou transparente feito o vidro,e elas estão ali,sendo exibidas todas elas como se estivessem em uma prateleira em dia de promoção,pronta para serem olhadas,uma por uma.
E eu só as mostro assim,porque minhas pernas estão cansadas demais para correr,meus pulmões estão cheios de ar para que eu consiga ter fôlego,e meu coração está fraco demais para suportar dor maior do que a que me causa a sua ausência.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010


E quando for embora não esqueça de deixar as chaves em cima da mesa.Saiba que quando eu fechar esta porta,você não voltará a cruzar por ela nunca mais.É essa a sua sina querido,de estar sempre só,onde quer que você vá,e a culpa será a sua única companhia.

Apenas uma faísca



Um cigarro no fim,e sua ponta sendo consumida pelo fogo,até que não resta-lhe nada além do filtro.
É assim que o amor se consome.
Ele precisa de uma faísca para que comece a queimar,assim como o cigarro.
Então ele queima,e vai queimando até que o fumante o pare de tragar,ou o amante pare de amar.
Então ele traga pela última vez,até que não lhe reste nada além do gosto do fim do cigarro.
Gosto do fim.
Primeiro o amor se consome em pólvora e fogo.Em chamas tão crepitantes quanto instáveis.
Então ele vai sendo consumido.
Primeiro se ama de maneira deprimente,daquela forma em que o amante pensa que aquele será o amor do resto de sua vida.
Depois o amor se consome em brigas,em medos e em segredos que o fazem queimar mais um pouco.
Primeiro um trago,depois outro,e então o amor chega ao fim,morre.
E depois do fim,o que resta do amor é apenas o gosto das lágrimas,o gosto da dor,o desespero e talvez até mesmo o ódio da lembrança.
Então,depois do fim do amor,o coração se apaga até que outra faísca o acenda e comece tudo novamente.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Era apenas um engano.



Existe um muro que nos separa,e sabemos bem que não é qualquer muro.É um muro de palavras não ditas,de gestos negados ou não correspondidos,de sentimentos não expostos,de pensamentos omitidos.
Um muro feito de mágoa pelos erros mais do que obscenos,de tristeza pela ausência do outro,de memórias não esquecidas,de lembranças que se tornaram um tanto quanto amargas.
E esse muro não foi construído por mim,e você bem sabe.E sabe porque nunca escondi-lhe aquilo que trazia no peito e que costumava chamar de amor.E bem sabe que vontade para derrubar esse muro que nos separa de tudo o que um dia foi bom,não me faltou.
Mas fazer com que você entenda que tudo é uma consequência da sua frieza,é como tentar mover uma pedra com apenas o sopro do vento matinal,impossível.
Eu disse uma vez,que dentro do peito deveria existir um coração e não uma pedra de gelo,mas você não sabia o que eu estava dizendo-lhe,pois não tinha um.
Então cansei de tentar derrubar o muro sozinha,pois de nada adiantava sem que você me ajudasse.E bem sei,que nunca ajudaria.
Pedi então,uma vez,para que dissesse o que sente para talvez movermos um pouquinho que fosse,o muro que nos separa.Mas foi um erro.
unica coisa que ouvi de você,foram palavras que queimaram-me como ferro à fogo,daqueles que usam para marcar o gado.
Eu entendi então que aquilo que disse-lhe um dia,que carregava por você bem em meu peito,e que eu chamava de amor,na verdade não era.
Era apenas um engano.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Era apenas para dizer adeus...

Não era para ser assim.Era pra que eu não sentisse dor nenhuma,nenhum tipo de formigamento,como antigamente.
O tipo de formigamento que me fazia questionar se o que eu sentia era dor ou apenas ausência dela.
Não era para você se importar com meu bem-estar,ou em ser legal comigo apesar de tudo o que me disse,era apenas para fingir não se importar tanto assim,ou talvez não se importar mesmo.
Era apenas para dizer adeus,e deixar para lá.Não apenas deixar para lá,mas esquecer,e daqui um tempo,fingir que não aconteceu.
Mas não apenas fingir que o último incidente,aquela conversa fatal ocorreu.Fingir que NADA realmente aconteceu.Que foi apenas,passatempo de nossas mentes férteis demais,e com malícia de menos.
E fingir para que quando eu fosse obrigada a olhar para sua cara,eu não sentisse como se você fosse culpado pelo buraco que carrego no peito,pelas memórias que me torturaram feito ácido correndo por dentro de mim,pelo medo que carrego à cada dia,de amar um novo alguém.
Não gostaria de ter que sentir que foi capaz de arrancar de mim,aquilo que demorei muito tempo para cultivar,e deixar que florescesse,o meu lado bom.
Para que cada atitude,pensando no nosso bem-estar não tenha acontecido,pois nada entre nós teria existido.
E melhor ainda,para que não houvessem lembranças,não houvessem marcas em mim,que me dão enjôo só de olhá-las refletidas no espelho.
Marcas cansadas de serem vistas.Marcas de cansaço por chorar noites,por sentir desespero,por sentir confusão de sentimentos.
Era para que eu me livrasse de todo e qualquer tipo de dor,ou recordação que as trouxesse à tona novamente.
Eu só desejei não ter conhecido você,e te amado tanto assim.Entregar meu coração,meu amor,minha alma foi a pior coisa.
Me arrependo sim,de ter achado que você um dia foi alguém especial,pois não foi,e nunca será.
Você apenas foi um relapso meu,uma falta de cuidados comigo mesma,mas agora eu tomo o cuidado de não lhe entregar nenhuma lágrima,nem mesmo preciso me lembrar daquilo que um dia julguei ser bom para mim,pois você nunca será bom o suficiente para alguém.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Xeque-mate




Por mais dolorosas que tenham sido,suas palavras me libertaram.Mas você deve estar se perguntando 'Mas,te libertaram do que?',e eu te respondo,me libertaram da ilusão que vivi,e que escolhi continuar vivendo.
Algum tempo atrás,criei uma imagem de você e acreditei nela cegamente.Criei um mundo perfeito,onde você não errava,onde tudo era lindo,e não era.
Na verdade,você nunca foi quem eu pensei,ainda bem.
A ilusão me confortou por um tempo,e depois me deixou confusa de uma tal forma que eu já não sabia mais distinguir o real do imaginário.
Eu acreditei em chances que poderíamos ter,em palavras que um dia eu sabia que ouviria você me dizer,em abraços que não existiriam,em beijos calorosos,que no fundo eu sempre soube que eram frios.
Acreditei em tudo aquilo que achava que era o certo,pois sempre me disseram para ter esperanças.Mas,esperança do que?De você olhar pras coisas que me disse,rever suas atitudes e mudar de idéia?É,eu achei que se voltássemos tudo seria perfeito,que continuaríamos de onde paramos.
Mas nunca pensei que na verdade,as coisas mudariam e muito,e que poderiam ruir mais do que já estavam.
Elas iriam se decompor aos poucos,como um corpo que fica estirado ao chão,depois de morto.
Não,nosso amor nunca foi imperecível,e nunca seria.
Eu só pedia uma nova chance,mas a verdade é que me foi dada.Nunca existiria uma nova chance.Novas chances pedem novas atitudes,e novos pensamentos,coisa que você nunca teria,fato.
Novas chances seriam negar aquilo que foi vivido,e modificar toda a essência que nos fez ficar juntos,isso era impossível.
Eu não poderia te mudar,e nem deveria tentar,mas tentei.Acontece que acreditei em mudanças,em boas ações,em atitudes bem pensadas,em maturidade.
E o que você pensou?Que eu apenas estava encenando ser alguém que não era,que eu estava manipulando pessoas e atitudes,como se a vida fosse um tabuleiro de xadrez e você fosse apenas um peão na minha mão,xeque-mate.
A decepção chegou de uma tal forma à me destruir,que achei que jamais me recuperaria disso.Mas o que na verdade a decepção destruiu,não foi meu coração,que hoje se cura muito bem longe de suas memórias.
Na verdade,o que ela destruiu foi a esperança,e o amor que ainda restava por ti.
E eu só penso,todas as vezes que lembro o quanto fui tola de esperar algo de você,que apenas perdi nosso tempo.

Consumismo

Beba felicidade
Mas consuma com moderação
Beba tristeza
E ganhe grátis a solidão


A mídia te controla
Te envolve e te consoLa?
A mídia te compra
E o que você ganha de graça?


Compre branco
o preto está fora de moda
Compre aparência
Use silicone


A mídia te controla
E você não vê
Seus olhos estão tapados
Enquanto você vê a propaganda na TV


Tenha um robô
Ele faz tudo por você
Limpa o carro,tira o pó
E te faz esquecer
De quem você é,e do que é feito
A felicidade não se compra
Muito menos o respeito


Você deixou o consumismo te dominar
E você é feliz,sempre que sai pra comprar?
Qual o prazer de te ver cair?
Qual o prazer de não ter como fugir?
De toda a dor que a mídia te traz
De toda a dor de não saber do que é capaz?


Você é um produto
Mas você não está a venda
Hey,entenda
A felicidade não é comprada


Compre,beba,use,seja
Leia,escreva,assista,perceba
Que você não é quem era
E hoje,alguém te controla


Compre,beba,use,seja
Leia,escreva,assista,perceba
Os sentimentos não estão a venda
Você já não é mais um ser humano
Tudo em você foi fabricado
Tudo em você foi trocado
Por um coração de metal
não pulsa,não pulsa,não pulsa
Toda a dor em você,remédio
não sinta,não sinta,não sinta


Essa depressão não tem cura
Essa sensação não há remédio que a muda
Mude a moda,mude você
Consuma meus produtos e seja quem quiser
Eu trago a felicidade,eu sou a felicidade
Viaje ao mundo em 30 dias 
Sem sair de casa
Assista ao meu programa,me dê ibope,ibope


Eu te faço perder 15 kilos em um dia
Coma meus produtos industrializados
Eles não tem gordura
Seja modelo
magra,magra,magra


Essa é a indústria,que te faz morrer
É a falsa vida que te fazem querer ter
É a mídia que te manipula
É a falsa felicidade que te engana


Acorda,levanta,reage
Entenda,pense,se encontre
Seu mundo não é esse
Você não precisa ser assim
Dite a moda,Mude tudo
Dite o mundo,grite ao mundo
Suba aos palcos,se mostre quem é
O ator da sua vida é você

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Braços que envolvem.


Corta os pulsos como quem deseja externar a dor,que corre por suas veias e a consome em pavor.
O pavor de enfrentar o espelho e não se reconhecer.
O pavor de ter medo de si quando não teme à mais ninguém.
Nada se compara ao estar só,quando se tem uma multidão rodeando você.
E a sensação de vazio quando o quadro está completo,mas só você não consegue ver.
Então mais um gole de bebida,aquela vontade alucinada de velocidade alta,de correr pelas ruas,de estancar aquela ferida.
Beber a água para matar a sede,e perceber que a sede aumenta a cada gole.
É estranha a sensação de seu corpo estar aquecido,quando se está envolto numa manta de gelo,mas pior é a sensação de frio,quando braços envolvem seu corpo.
Envolvem,abraçam,aquecem,esquecem,morrem,sofrem,doem,e vivem.

sábado, 2 de janeiro de 2010

Sua morfina

E ela levava em si toda a inocência que ainda existia,por mais que o mundo lhe pedisse para ser tudo o que ia contra suas idéias porque para ela,viver na sobriedade já não a encantava tanto quanto antes.Mesmo porque a realidade,por muitas vezes é tão dura,que dói mais do que uma velha ferida reaberta.
E ela prefere navegar na sua própria embriaguez,ser criança outra vez,e nada mais.Ter que levar a vida muito à sério não é para ela,e não deveria ser para ninguém.
E ela é do tipo que prefere disfarçar a tristeza com sorriso,amargar a dor do que esboçar uma lágrima.Prefire imaginar que está vivendo no paraíso,mesmo que sinta estar no inferno,na verdade.
E na verdade,seu sorriso é apenas um pouco da mentira que alivia suas dores,como uma morfina.