segunda-feira, 12 de abril de 2010

O gosto da liberdade.



Era a primeira vez que o cheiro da liberdade fazia inflar minhas narinas.
Na verdade,nunca achei que um dia provaria o gosto adocidado de ter o controle da minha própria vida,bem aqui em minhas mãos.
Era a primeira vez em duas décadas de uma existência invisível aos olhos dos outros,e medíocre aos meus,que tinha a sensação de ter finalmente me livrado daquelas correntes malditas das quais meu próprio medo me fez prisioneira.
Parece que o fato de me ver livre destas correntes e manter as rédeas de minha própria vida pela primeira vez,deixavam-na com um sabor,aroma e cor completamente diferentes do que se podia notar antes.
O mundo só tinha duas cores,eram sempre preto e branco.Eu não era capaz de ver a vida em colorido porque não vivia por mim ou para mim,sempre vivi aquilo que acreditavam que eu deveria viver.
Seu gosto era amargo,pois era apenas isso que foi me dado.
Nunca tive sonhos próprios,porque sempre disseram que sonhar dá asas,e voôs altos tendem a ter quedas violentas,era para o meu próprio bem,assim diziam.
Hoje me libertei.Quebrei as correntes e comecei a decidir quais caminhos eu deveria seguir.Se eu caísse,eu me levantaria sozinha,não queria mais ninguém cuidando de mim como se eu fosse de Cristal.
Hoje,vejo o mundo como ele realmente era pra mim,não mais pelos olhos dos outros.
Nada melhor do que a liberdade!Quem prova seu gosto um dia,jamais aceita voltar a ser prisioneiro de seu próprio medo.Medo de que?De não ver mais sua vida em preto e branco.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Antídoto.

Só queria descobrir um antídoto para dor.Saber como fazer para escapar de todo esse torpor que toma conta do meu corpo quando me dou conta da solidão.
Perdi o medo de arriscar.Sempre tentei mais do que fui capaz de aguentar,tive coragem  mas só o que consigo é chegar próximo,muito próximo,e ver minha chance indo embora sem ao menos me dar a chance.
Quando caio é que dói mais.Eu fico esperando alguém estender a mão para que eu me levante,mas ninguém vem.
Eu já não tenho forças para me erguer sozinha,então talvez eu permaneça onde estou.
Ao menos onde estou,não posso ter mais dor.Quando não se sai do chão,não existe a chance de cair novamente.