terça-feira, 29 de novembro de 2011

Enfrentar


Enfrentar a dor. É sempre tão difícil encarar meus medos frente ao espelho, preciso dar um gole ou dois, ou talvez me embriagar de vez para conseguir encarar a mim mesma.
Nada faz sentido quando sinto o torpor tomar conta de meu corpo, mas talvez seja melhor assim. É mais fácil não ter que fingir não sentir nada, usar a minha máscara de sorrisos a cada vez que encontro alguém ao sorrir para mim nas ruas.
É mais leve, é mais simples, é mais falso.
Me dopar para não sentir. Fuga, é sempre assim, fuga. Mas de que adianta me entorpecer para esquecer se quando o efeito da bebida passa estou aqui, novamente caída, novamente dolorida, novamente esquecida nesse espaço em branco que deixamos entre nós dois.
De que adianta fugir dos seus abraços se quando tudo passa eu só desejo cair em seus braços novamente?
Eu preciso de algo mais forte, ou então de mais sorte para enfrentar a escuridão que restou em mim. Preencher os espaços vazios que ficaram quando se foi não tem sido uma tarefa fácil e talvez seja essa a minha grande necessidade. Tornar tudo mais simples porque sofrimentos só me fazem querer desaparecer, e eu preciso aprender a enfrentar, a preencher e a me completar.