quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Melodia




E então aqui estou eu.Sentada em frente deste piano,cheia de minhas dores,minhas mágoas,dissabores da vida.E fico aqui remoendo cada decepção,que me cortou o coração,tanto tanto ele sofreu,que hoje já não bate mais,morreu,fim.
Eu passei a carregar comigo todas as dores,pra onde eu fosse elas me seguiam,não importa quanto elas pesem,e são pesadas diga-se de passagem,eu sempre as carrego comigo.
E então,observo cada coisa à meu redor.Sonho com uma melodia que vá aliviar toda essa dor.
E cada nota tocada,traz consigo uma dor ou uma alegria,que a alma deixou contida para que pudesse enfim,se tornar melodia.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Desabafo




Fico me perguntando porque tenho que ser assim.Sempre que acho que estou certa,machuco alguém que amo.E eu não desejo mais ser esse demônio disfarçado de anjo,que fere à todos que lhe estendem as mãos para que eu não caia no abismo de me perder em mim mesma.
Sempre me indago porque tenho que agir dessa forma.Gostar de tudo o que eu gosto sempre acaba ferindo alguém importante,e eu já cansei de ser a faca que escarna o peito,faz sangrar.
As vezes meus pensamentos são tão contrários,tão diferentes do que gostariam que fossem,mas eu não consigo não ser assim,simplesmente não dá.
Eu tento mudar meus gostos,fugir daquele rosto cansado de fingir que sempre encontro no espelho.Cansei de tentar agradar à ela,e sempre me machucar.Porque eu não gosto de me esconder.Quero mostrar o que sou,e como sou,independente se gostam ou não,mas simplesmente me calo.
Eu estou sempre abaixando a cabeça para o que me fala,e sendo exatamente como gostaria que eu fosse,mas cada dia que passa sufoco em mim a necessidade que tenho,de ser diferente.
E me pergunto porque quero tanto ser de uma forma que não te agrada.Nem eu sei responder,eu apenas quero ser.E se isso te faz infeliz,me faz mais ainda!Porque me machuca fugir do que sou,apenas para lhe ver sorrir.
Acabo machucando tanto à quem amo,mas acabo machucando mais ainda à mim mesma.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Coração de cristal.




Por vezes um coração se cansa de sangrar
Inutilmente
E deixa morrer em si,toda e qualquer lembrança
Da gente
A garganta já se cansou de tentar
Gritar,gritar
Fazer com que a voz saísse para que viessem me salvar
De mim mesma,tão tola
Os pesadelos sempre tão perto da realidade
Que crueldade!
Tornaram-se verdade,e roubaram meus sonhos
Todos,todos
Como roubaram meu sono
Na noite em que todas as dores vieram me perfurar
Machucando cada pedaço de mim,em que permaneci viva
Tudo sempre escapou por entre meus dedos
Em vãos,em vão
Mas eu ainda tinha forças para lutar contra isso
O tempo passava e eu não percebia
Que tudo te afastava,e que a cada segundo eu te perdia
Me perdi,me perdia
Tudo veio novamente para me machucar
E eu já não tenho forças para lutar
Contra,à favor
Sinto que estou retalhada
Em pedaços,por inteiro
Meu coração é de cristal,se quebrou
E foi jogado em qualquer canto,nem se notou
Ou talvez sim
Só sei que o que sinto,dói tanto em mim
Sinto essa dor me queimar o peito
O veneno das suas mentiras percorre meu corpo
Me corroendo
E fui assim,aos poucos morrendo
Envenenada por mim mesma,que irônico o destino!

sábado, 24 de outubro de 2009

Flores de plástico


Suas palavras soaram tão fortes,mas eram apenas palavras.Aquelas do tipo que não se esquece,porque pra gente faz algum sentido,pro outro são apenas palavras.São as mais sórdidas mentiras que um homem poderia dizer.Encher a boca para lhe falar de amor,quando nem ao menos se sabe que tipo de sentimento é esse.

E dizer adeus de uma maneira tão simples,como se o fato de estar se desligando de alguém fosse apenas coisas do cotidiano,nada dolorosas.Tudo bem que as pessoas podem mudar,podem sentir outras coisas,mas aquelas palavras são fortes demais para serem ditas e de repente,tudo mudar.
Não se usa um coração como lenço descartável,que depois que não lhe serve para mais nada,joga-se no primeiro cesto que encontrar.
As vezes vejo sorrisos por aí,daqueles que fazem a gente sorrir de volta.Mas seus risos são tão verdadeiros,quando as flores de plástico.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

A história que nunca muda

Era inegável que as lágrimas permaneciam percorrendo seu rosto.A dor ainda era tão intensa,mas havia passado um mês,e nada mudou.Ao menos,não para ela.
Passava dias se lembrando daqueles dias de riso fácil,e abraços calorosos.Lembrava-se cada "até mais" que foi dito,e que lhe doía o peito tão intensamente,como se fosse a última vez que iria vê-lo,tocá-lo.E de fato chegou um dia que aquele,seria o último adeus.

Ela nunca poderia imaginar que haveria dor maior,que ela poderia sentir algo mais doloroso do que sentia naquelas breves despedidas,mas existe.E ela sente.
Cada segundo é torturante.Seus sorrisos são completamente automáticos,e o hábito de tragar o cigarro,malboro vermelho era seu preferido,e ingerir mais um gole de dor,com gosto de cerveja,tornaram-se rotina para ela.
Ela tinha suas doses diárias de frustração,preferia intercalar essas doses com outras,com um pouco mais de álcool.Fugir da sobriedade,ao menos lhe trazia algum conforto.
Quando longe de si mesma,as lembranças pareciam não lhe cortar,como lâminas afiadas que procuram carne fresca,para ver sangue brotar.
Tudo bem que ela ainda tinha um coração,e de fato ele continuava a bater.Mas este batia apenas por impulso.Em nome de um velho hábito.Era cômodo permanecer pulsando,mesmo quando não lhe restava vida alguma.
Seu coração há muito havia morrido,quando ele lhe disse que tudo havia acabado.Seus dias foram tomados novamente pela dor de lembrar,e pela frustração de não conseguir esquecer.
Não importa se faz um mês,um ano,ou mil.Seu coração continua sentindo o vazio,que só ficou depois que ele se foi.
Viu sua esperança,ir junto das lágrimas,mas o amor ainda irradiava por suas veias,e ela se consumiu em solidão.
E então a história que nunca muda,talvez algum dia,tenha um final feliz
.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Cinza




E então ela partiu.E deixou para trás todos os sonhos dos quais ela lutou para preservar,mesmo quando todos não acreditavam mais nela.
Foi embora sem deixar nenhum bilhete,nenhuma explicação.Deixou apenas o vazio da sua ausência,em mim.
Levou consigo todas as dores,todas as mágoas,todas as coisas que um dia a fizeram sorrir também.Levou sonhos embalados de qualquer jeito,e lembranças?Ela as deixou para trás.
Não precisava de nada que a fizesse lembrar daquilo que já a machucou,mas também já a fez sorrir.Porque talvez se ela lembrasse,ela sentisse falta,e aí tudo voltaria a doer.
Levou embora meus sorrisos,minhas gargalhadas de doer a barriga de tanto rir,levou a música,levou as cores.
Agora tudo fica preto e branco,meio tom de cinza.Cinza de tristeza,de saudade,de ausência.

domingo, 4 de outubro de 2009

Antigos laços


Não me faça rir,quando guarda em si uma melancolia por não conseguir mais sorrir.Não diga sobre amenidades,não me pergunte como está o tempo.Se lá fora faz Sol,sei que dentro de você está chovendo.
Nada mais faz sentido.Os pontos que nos uniam estão tão distantes que todas as linhas passam por nós,desmanchando aquilo que ainda,por um fio,nos unia.Lembranças que eu teci com carinho num tecido bonito,o mais bonito,agora vão se desmanchando junto com as lágrimas que você derrama,enquanto declama um discurso inútil de que me ama,de que me quer de volta.
Parti sem deixar pistas,sem dizer pra que lado vou.Sou do vento agora.Ele é quem escolhe o meu destino,e pra onde deixo meu coração se perder sem medo.
E ai nos encontramos sem querer,e o laço que se desmanchou talvez volte a nos unir.Mas eu não vou ser aquela quem vai desatar antigos nós,porque fui eu quem reconstruiu cada pedaço de mim,fui eu quem desatou a chorar quando os pontos que nos uniam,desapareceram.

sábado, 3 de outubro de 2009

O porque.


Pra que sentir dor,se ela dói?Pra que sentir saudades,se ela te lembra a ausência?Nada disso tem explicação,apenas sinto.E sinto de uma forma tão intensa que chega a dor nó na boca do estômago.
Parece que saudades não mata,é o que dizem.Mas sabe menino,eu discordo.Saudades pode não matar assim,na hora.Mas ela mata aos poucos.E é como um veneno que você ingere,só depois de horas,ou dias é que você percebe que está morrendo.
Piedade!É o que meu coração sempre grita quando lembro seu nome.Por favor mais uma dose do veneno,me bastaria para morrer em paz e deixar de sentir.Não gosto de me corroer pouco a pouco,a morte dolorosa não é como eu esperei que fosse.Achei que me redimiria,e imploraria o perdão pelos meus erros,e pelos meus acertos,mas não.Só o que eu quero é morrer logo,porque a porra do seu beijo me anestesiou e eu já não sinto nada,só um lever torpor.
-Porque você é tão fogo,e eu sou tão água?

Sempre me perguntei também.Porque somos tão diferentes,porque?Porque temos que ser os opostos,o que anula o outro,mas ao mesmo tempo completa.Sem a água,o fogo jamais se apagaria.Sem você,eu jamais sofreria dessa abstinência maldita do seu beijo amargo,de amargura que trago por não te beijar de novo.

-Porque me ama?

Também me indaguei.Nunca consegui compreender de verdade porque do amor.Porque de te amar.Talvez seja apenas mais uma besteira que eu fiz na minha vida,te amar.Ou não.Sei lá,agora já nem tem tanta importância,porque pra mim o amor é só mais uma droga,que te vicia.

-Teus vícios me cansam.

Eu sei.Viciar em alguém realmente cansa.Cansa o coração,cansa a saudade,cansa a dor.Cansa gostar de quem quer ser livre.Cansa sofrer,cansa sorrir.Viciei no amor,viciei na sua droga,mas que droga!Fui me viciar justo em você,coração estúpido!

-E feche a porta quando sair!Mas sem bater,por favor!Quero paz agora.

Nunca entendi.Se quer paz,porque ficar só?A solidão faz com que a mente pire de uma vez por todas,em busca de respostas pras perguntas mais estúpidas e sem cabimento,tão estúpidas quanto o amor que sinto.

-Mas pode acreditar amor,vou matar cada pedaço de mim que gosta de você.Nem que pra isso eu tenha que me matar por inteiro,e depois de matar o corpo,matar a alma,e surgir das cinzas,como uma fênix.
Eu tentei te mostrar,eu seria assim.Mas aí,a coragem me faltou,e eu não consegui matar esse amor.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Nostalgia.


Nostalgia.Pode ser uma foto,pode ser uma música,ou pode ser o simples fato de fechar os olhos e querer lembrar tudo de novo.Seu último sorriso ficou impregnado na minha cabeça,e gosto de lembrar de quando tudo era tão bom pra nós dois.
Duas linhas,dois destinos,um caminho que se cruzou.E de repente,toda a história construída entre dois pontos que se encontraram no meio do caminho se foi.Apagada.Pra sempre?Talvez sim,talvez não.
E talvez é a palavra que mais machuca,por não ter certeza do que esperar o que virá depois dela.Será,nunca,sempre.Palavras ditas tão frequentemente,e qual é o verdadeiro significado de todas elas?
Um coração se partiu,um coração se libertou.E não se pode dizer qual dor é a maior,porque dois corações pulsam,vivem,sofrem.
O último olhar foi embaraçoso.Não consegui decifrar o que ele significava afinal.Deveria acreditar em palavras?Deveria tentar desvendar gestos?
Pouco a pouco fui me afastando sem olhar para trás.Queria guardar aquele sorriso pra sempre em mim,até quando não doesse mais lembrar.Deixei meu coração ir parando de bater,pouco à pouco,batida após batida,e uma hora se silenciou.
Nunca as lembranças foram tão sentidas,como se elas estivessem acontecendo,não apenas sendo lembradas.Nunca uma cicatriz encomodou tanto à mim,nunca imaginei que seria assim,o nosso fim.
Um sorriso.Um abraço.É tudo o que consigo me recordar,e sentir saudade.E um aperto imenso no peito,e aquela imensa vontade de sair correndo e me jogar nos seus braços,dizendo que quero apenas ficar um pouco em silêncio,chorando no teu colo.Porque eu preciso do teu colo.Só por 5 minutos.Só pra que a lembrança não doa tanto.Só pra que eu consiga dizer adeus,sem sofrimento.
Nostalgia.Só consigo lembrar do nosso primeiro encontro,e do nosso último adeus.E foi assim que tudo ficou entre nós.Não foi um ponto final,sei que foi uma vírgula,e que a próxima linha ainda será escrita.Mas só o que me resta agora,é essa nostalgia de nós dois.