quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Então não amei

É o medo de amar.De ser contagiada por essa doença tão vil,que sufoca e mata lentamente,torturando cada pedaço de mim.
Era medo de amar e não ser amada.Ser conquistada pouco à pouco apenas pelo capricho da arte de seduzir.Porque nada melhor do que ter alguém que se jogue aos teus pés,que lamba o chão por onde pisa,recolha tuas bitucas de cigarro do chão,enxe teu copo e nunca te diz não.
Era o medo de entregar não meu coração,mas meu corpo.Entregar-me sem pudor,colocar as armas na mesa e me deixar ser tomada.Cada pedaço de mim doiria depois da partida,se eu me deixasse ser cativada.
E aquele sorriso tão fácil de amar,aqueles olhos tão difíceis de se parar de admirar,cores tão misturadas,tão confusas e tão límpidas em seu próprio jeito de brilhar.Aqueles lábios carnudos,cheios de desejos mundanos e muita libido.
Alguns cigarros queimados,alguns copos espalhados e as roupas jogadas no chão.É assim que eu me encontraria em tua casa,ao lado do teu corpo nu,e a luz delineando cada parte encantadora em você.
Eu previ.E eu tinha medo de te amar.
Amar com tanta intensidade como a que eu desejava possuir teu corpo,tua alma,teu coração.Intensidade essa que equivaleria ao um orgasmo depois de uma transa selvagem contigo no tapete da tua sala.Intensidade com que trago a última ponta do meu cigarro,antes de jogá-lo janela à fora.
É a intensidade de um gole,de uma foda,de um cigarro,de uma noite louca ao teu lado.
Era com essa intensidade que eu tinha medo de te amar,então não te amei.

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